Fortaleza Cultural- Museu da Imagem e do Som: casa de memórias

Por Karísia Kesia

Foto: Karísia Kesia

Inaugurado em 1980, o Museu da Imagem e do Som (Mis) do Ceará é responsável por resguardar a história não apenas da capital cearense, mas também de diversos municípios do estado. Com um acervo de mais de 150 mil peças, o Mis apresenta aos visitantes um Ceará antigo, representado entre as fotos do famoso cangaceiro Lampião e das mais tradicionais famílias cearenses.

O retorno ao passado começa logo na entrada, onde se encontram duas esculturas de canhões, apontados para os que ousam entrar no local. De propriedade do ex-senador Fausto Augusto Borges Cabral, no começo dos anos 50, a casa passou a ser, em 1963, residência oficial do Governo do Estado, por determinação do então governador Virgilio Távora.

Antes da chegada do Mis, o espaço desocupado em 1971 pelo governo do estado, foi abrigo do Museu Antropológico do Ceará. Apenas em 1996, precisamente no dia 7 de agosto, o acervo audiovisual do estado passou a ocupar o lugar, depois de ter passado dezesseis anos funcionando no subsolo da Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel. Hoje, no local, além de ser possível encontrar um rico acerco fotográfico, é possível conhecermos equipamentos antigos como televisores, monóculos e máquinas fotográficas, como a lambe-lambe.
                 Lambe-Lambe| Foto: Karísia Kesia

Embora disponha de um atraente acervo, o museu ainda é pouco conhecido dos fortalezenses. Segundo Virgínia Leão, 49 anos, responsável por nos apresentar as peças e a história do espaço, o local é uma referência pra pesquisa, embora esteja aberto ao público que apenas deseja conhecer um pouco mais da historiografia cearense. “É mais voltado pra pesquisa. A gente sempre recebe pesquisadores”, conta Virgínia, não deixando de falar que qualquer pessoa pode ter acesso ao local, sendo pesquisador ou não. Em média, o Mis chega a receber entre 250-300 pessoas por mês, número formado, em sua maioria, por escolas que trazem os alunos para conhecerem a história do Ceará.

Vale ressaltar que o museu, além de disponibilizar as peças para visitação, realiza palestras e exposições itinerantes e cursos, como os de catalogação de acervo, oficinas de cordéis, “circuit bending”, técnica que permite a criação de dispositivos áudios-eletrônicos de baixa voltagem, entre outros. O museu, em breve, também contará com uma biblioteca. “Por enquanto, estamos catalogando e colocando as etiquetas”, conta Virgínia.

Com tantos equipamentos disponíveis, o Museu da Imagem e do Som revela-se também outro espaço de cultura e lazer disponível, gratuitamente, aos fortalezenses e turistas, mas que parece ainda não ter sido descoberto. Por conta disso se faz necessária uma divulgação cada vez maior deste espaço que aguarda os visitantes de segunda à sexta-feira, de 8h às 17h.

Foto: Karísia Kesia

Virgínia Leão com uma das inúmeras fotografias disponíveis no museu do bando de Lampião.

: : SERVIÇO

Museu da Imagem e do Som

Local: Av. Barão de Studart, 410 – Meireles

Entrada Gratuita

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